1.9.15

je ne suis pas une stooge

tenho sentido
- coração ainda
um tanto ressentido -
o infinito do meu ser
deliciosamente comprimido,
perfeitamente espremido,
neste pedaço de espaço
cosmologicamente
a mim escolhido.

tenho enfim,
- mas não tão
simples
assim -
o alívio
de caber
bem aqui
dentro de mim.

eu sou meu meio,
sou meu começo
e também meu próprio fim.

27.8.15

eu não estava aqui

cheguei faz pouco tempo
aqui
de novo.

é impressionante
o quanto pode levar
pra se desvirar
completamente do avesso.

7.1.15

eriçam-se os bulbos

por baixo da membrana
- fina camada -
um raio ultrapassa.

levanta o que por onde
passa,

transpassa.

carrega brisa fria e
rearranja:

postura,
pelos
pensamento.

(enquanto ponho abaixo
as pálpebras)
arrepia-me
o corpo inteiro.

30.12.14

stardust de mim

no fundo de tudo,
no fim do poço,
só enxerga
quem ergue os olhos.

olhei e me vi,
ocupada pelo outro.
mas eu sou minha.

não quero mais partes,
sou minha.
território inexplorado,
espaço infinito,
tempo indefinido.

e meu.

fiz de mim meu território.
sou poeira de estrela,
espaço definido
de tempo infinito.

sou tudo que tenho,
e tudo que desejo ter.

14.5.14

dilaceramento

no centro do vulcão
um peito escorre em lava.

lava-me os olhos,
pedra derretida.

leva-me o corpo,
carne explosiva.

deixa-me os cacos,
faz-se partida.