1.2.12

sob a onda da tristeza avistei o sol

cheguei ao fim da ladeira, de baixo para cima, e logo vi: ele de cara fechada, ela de costas para mim, um em direção ao outro. minha cabeça estava tão longe de onde eu estava que considero um golpe de sorte ter presenciado aquele encontro. os corpos dos dois se aproximaram, sem qualquer significação, e foi pensando nas angústias da minha alma que fixei os olhos naquela direção e me enchi de alguma emoção qualquer, bonita, confusa e um tanto invejosa: os ombros dos dois se tocaram e os seus rostos se viraram, se encararam. e sorriram, os dois, um para o outro. e pararam de caminhar, se olhando, simplesmente se olhando. ninguém poderia esperar nada daquele momento tão insignificante para o resto do mundo, mas por aquele sorriso, por aqueles olhos, tenho certeza que, ao menos para ele, todos os outros significados não importaram, e naquele momento, enquanto ninguém esperava nada, um mundo de expectativas passaram diante daqueles olhos, daqueles brilhantes e profundos olhos.