26.2.09

mentira

e agora que guardamos
nossas brincadeiras de criança
as manhãs quentes
e a pequena cama
[além das pequenas velas]
no nada que ficou
na separação do tudo
...
quase como fomos
no mínimo longe disso
nossas festas não são as mesmas
(já nem sei se um dia foram)
ou seja lá o que foram
fomos
e não somos mais
seremos o que agora?
...
sou o que posso
sendo como sou
mas o somos
tanto foi
que o não ser
vem não
sendo
um pedaço que é
e não entende
o que deve ser
a partir do não
somos
mais

o somos foi
e hoje sou
depois do somos
sou o fomos
e (não) sei
o que serei

19.2.09

óbvio

é preciso acreditar que
há uma outra consciência
(à nossa imagem e semelhança)
dividindo o fardo
de precisar
e da precisão
de porquês
e saber que nunca os terá.

[sobre deus e o infinito]

ensaio barato

livrar-se do que ensinaram sobre o amor, livrar-se da posse e do somos um só. entender que nunca seremos alguém a não ser nós mesmos, as máscaras não são falsas, são pedaços de nós em evidência para o mundo exterior, então somos nós. e somos sós no nosso mundo. dentro do nosso mundo só há nós, e tudo que construímos dentro de nós, onde fica o nosso mundo.
e o nosso mundo não está pela metade, ele é inteiro desde o momento do nascimento da nossa consciência. só fazemos expandí-lo, e ele sempre está em expansão, a cada segundo de vida ele cresce de um inteiro para um inteiro maior, sempre tendendo ao infinito.
o amor não é a metade desse mundo, o amor não vai completar o nosso mundo. nosso mundo já é completo pelo amor que ele já é. o amor é como o som colorido que toca nas ruas de nós. não possuímos o amor, somos o amor. e ele não nasce dentro de um cômodo trancado que precisamos abrir, ele está dentro do inteiro. o amor poderia ser o que tentamos explicar por alma, é o amor que nos liga de forma surreal a pessoas, o amor que você sentiu e que as pessoas sentiram por você é o que vai ficar. o ódio é o amor. somos o amor.

14.2.09

ao lado

a cada vez que seu pé falseava
no limite do abismo
ele segurava suas mãos
e os segredos dos céus
se esclareciam
tornando-se tão claros
que ela mal podia enxergar
os céus
o abismo e
seus pés

[entre considerações sobre amizade, amor e companhia na solidão]

5.2.09

a menina que comprou o tempo

fechava os olhos
para desviar o olhar
dos olhos do mundo
que a fitavam
o tempo (do mundo) todo

de olhos fechados
olhava o seu mundo
sem saber se um dia
o dono do mundo
proibiu o mundo
de viver
cada um no seu mundo

2.2.09

amor livre

(em companhia de camila)

e como se
seja lá o que acontecesse
não iria dar errado
sentia cada espaço vazio
dentro do corpo
entupido
de brisa
e
sol
[momento de questionamento sobre o amor, o tempo, concreto e abstrato]