30.12.14

stardust de mim

no fundo de tudo,
no fim do poço,
só enxerga
quem ergue os olhos.

olhei e me vi,
ocupada pelo outro.
mas eu sou minha.

não quero mais partes,
sou minha.
território inexplorado,
espaço infinito,
tempo indefinido.

e meu.

fiz de mim meu território.
sou poeira de estrela,
espaço definido
de tempo infinito.

sou tudo que tenho,
e tudo que desejo ter.

14.5.14

dilaceramento

no centro do vulcão
um peito escorre em lava.

lava-me os olhos,
pedra derretida.

leva-me o corpo,
carne explosiva.

deixa-me os cacos,
faz-se partida.

13.5.14

aprisionadamente

o pensamento
me escapa os limites.

sou toda mente.

é tanto pesar
ao pensar
que viver me parece
muito mais
um exercício de
nada mais
que somente
imaginar.

11.3.14

mergulhar não é preciso

soltar para aprender,
desapreender,
ultrapassar a margem:
você é seu rio.

ninguém se afoga
nas águas de um mapa,
nem deixa de morrer
por um abraço.