30.6.08

segue a roda

o espectador fica confuso
a cada vez que a trama atinge o clímax
e a última coisa a ser vista
é um
embaçado e embaraçoso
to be continued.

29.6.08

pornoalimentação

eu quero comer você e seu mundinho ínsone
quero mandar a ver
e mostrar que aqui dentro tudo é quente

quero comer seu mau-humor
e quero mostrar que nas minhas entranhas
não há tristeza nem chatice

eu quero te comer a cada vez que você me olhar
e a cada vez que você não me amar
e a cada vez que você me tocar

quero viver de você
viver de te comer

e de te vomitar a cada vez que eu quero te comer
pra comer de novo
e vomitar outra vez.

28.6.08

sabe sentindo nada?

só aquela pontinha incômoda de solidão, mas a esta já me acostumei. só essa coisa de não sentir nada que é meio novidade. e bem ruim.

27.6.08

conselhos amorosos, por chiquinha.

[manhã, quarto arrumado, pão, café e leite, edredom gostoso, 27 de junho de 2008]
(...) mas será tão difícil acreditar que eu não sou mais assim? tem tantas coisas na minha cabeça e eu não sei mais o que é errado e o que é certo. chiqs, tira o nariz do meu pão, mano. eu sei que eu não tenho um histórico de sanidade emocional muito positivo, mas eu não sou assim. o tempo passou, e não é nem só o tempo, não me lambe, estorvo, é que era outra situação, uma situação completamente nova, pára de me lambeeeer, demoninho, mas já faz tempo que foi nova, já é velha agora, vai, entra aqui debaixo do edredom, sussega e me escuta, não é mais a mesma coisa. mas eu tenho medo porque é a única coisa que me deixa insegura, e isso me deixa maluca, não me olha com essa cara de maluca, mas não maluca igual a antes, é maluca somente. toma um pedaço mas não suja meu edredom maciii, CHIQUINHA! TIRA DAÍÍÍ! ai jesus... o que eu tenho que fazer pra mostrar que é de verdade? eu não sei lidar muito bem com essa coisa de demonstração de sentimento, sempre ou é demais ou é de menos, o que não significa, ai, acabou já? ahh, aqui também acabou, olha, estamos sem pão. mas tem café, quer? ahhh, tira o nariz da minha canecaaa, poooorca, enfim, o que não significa que o que eu sinto é demais ou de menos, mas ah... e eu não sei também porque eu insisto em insistir nisso, sabe, chiqs, já faz tanto tempo, ai que bonitinha, vem aqui.. vem chiqs.. faz tanto tempo que... eu sei, mas essas vezes contam só pra parte boa, eu acho, o que deixou essa imagem ruim, além de tantas outras coisas, chiquinha, pára de me lamber, já disse! tô te ignorando, ó... enfim, acho que vou parar de te encher com essas idiotices, né? chiquinha? chiquinha? dormiu, desgraçaaaaa? ai podlle maldiiito.

26.6.08

o dia em que eu me senti mais sozinha:

escreve, apaga
escreve, apaga
escreve, apaga
escreve, apaga
escreve, apaga
escreve, apaga.

25.6.08

grazi, vai lá pagar o moço do restaurante, por favor? (...)

- ah, só vou fazer um recibo aqui e você já assina, já leva o pagamento e fica tudo certo.
- bonito aqui dentro, né?
- é, bem bonito mesmo. só é meio escuro, mas dá pra acostumar. ahn, bauru, dia... que dia é hoje mesmo?
- vinte e cinco de junho.
- que?
- vinte e cinco de junho.
- de junho?
- é, de junho.
- jesus! como assim vinte e cinco de junho?
- como assim o que?
- acabou metade do ano já, estamos partindo pra segunda metade!
- é, ué!
- não, não pode ser. planejei tantas coisas pra primeira metade desse ano...
- você cumpre seus planejamentos sempre?
- bom... na verdade não, mas eu gosto de fazê-los para me enganar de que eu não estou andando sem rumo no meio do nada.
- ?
- é, sabe? quando você não tem planos parece que nada faz sentido.
- e faz algum sentido fazer planos sabendo que você nunca vai cumprí-los?
- sentido? nada faz sentido...
- e pra segunda metade, algum plano?
- será que adianta?
- mas e o sentido de tudo?
- o sentido do que? que sentido tem o tempo passar tão rápido e a minha memória ser tão curta que eu não consigo lembrar de quase nada dessa primeira metade?
- ahn?
- dia vinte e cinco de junho?
- é...
- tudo bem. assina aqui por favor e confere o dinheiro?
- ahn.. vinte, setenta, oitenta. tá certinho. assino onde?
- aqui ó.
- pronto.
- brigada, viu?
- foi nada... e ah! pelo menos você aproveitou o tempo que passou tão rápido?
- que tempo?
- ah, esquece...
- então tá... vai lá, tem um interruptor do lado da porta, aperta que a porta abre.
- beleza.

24.6.08

amnésia

o caderno em branco
repousado sobre a mesa
pousa sobre tudo aquilo
que gritamos em silêncio

começo e fim pra começar de novo (círculos)

você me bate, me empurra,
me chuta, me xinga
eu me agarro, me prendo,
me arrasto, me enrosco

me reprime
eu me grudo, me sinto
te abraço, te largo
mas nada obedece

e então você me prende, e me agarra, e me enrosca
e eu adoro

23.6.08

ela avisou que era um problema, eu sei.

mas desde quando é legal ver nossos ídolos se matando com tanta coisa enfiada pra dentro do corpo? dizem que era legal ver o kurt retartado de heroína e afins, maluco no palco, sem tocar nada direito e sem conseguir cantar uma palavra claramente, se matando, jogando coisas pra cima com grande perigo de acertar a própria cabeça. quando eu li o heavier than heaven, achei muito legal saber que ele se trancava nos quartos de hotéis para usar todos os tipo de drogas com sua amada - e vadia, não consigo só gostar ou só odiar a courtney.
e desde quando isso é legal? será que algum fã da amy gostou de ver suas novas - e monstruosas - apresentações? alguém viu o rock in rio? alguém viu que ela está pesando 30kg? alguém viu que não tem nada de musical ali? alguém percebeu que parece ela não sabe nem o que está fazendo? alguém notou os movimentos bizarros que ela fazia?
eu acho inadmissível achar que tudo isso que ela está fazendo é apenas um traço de personalidade, que os geniais são assim mesmo. isso não é excentricidade, pelas barbas do profeta!
sempre fui fã dos ídolos drogados de cada época, sempre achei que todos fossem geniais, sempre achei que todos fossem malucos até um certo ponto, malucos nas idéias, idéias boas que nenhuma pessoa normal e sóbria qualquer dia poderia ter. eu ainda acho que algumas drogas abrem caminho para percepções impossíveis quando se está são. mas desde quando estar naquele estado que a winehouse está é ser maluco e perceptivo?
quando concluiu-se que ela seria nossa ídola drogada, eu achei genial. mas não quero mais ídolos drogados na minha geração. não quero ver os caras que eu acho o máximo, os caras que eu vejo um talento fudido sendo reconhecido, o que acontece poucas vezes, se matando com a primeira merda que aparece na frente deles e dá um barato.
e tudo isso não é um discurso hipócrita anti-drogas, até porque tenho propriedade negativa para falar disso. mas já basta uma das genialidades musicais da minha vida estar definhando a olhos vistos. é difícil explicar, mas dói vê-la desse jeito. e não quero.
e que todos ídolosdrogadosgeniais de qualquer geração tenham aula com ozzy e o keith. eles sim sabem ser malucos.

22.6.08

quando não há nada a ser dito

minha doce dor se esconde
por trás de um sorriso
comprado, corrompido
feliz fingido
penso, dispenso explicações
não controlo meu super-ego
impossível entender minha tristeza
já desisti não existe porquê
sou apenas mais um alegre deprê

20.6.08

está declarada a liberdade.

a liberdade foi declarada hoje, 20 de junho, por mim mesma, a mim mesma. a partir de hoje estou livre para sentir sem nenhuma culpa, estou livre para sentir culpa quando quiser, e livre para não mais sentir dor.
isso não significa, obviamente, que qualquer que fosse ou seja o sentimento, tenha diminuído, quanto mais sumido. significa simplesmente que eu posso deixar que tudo seja como tem que ser, sem que para isso eu gaste mais lágrimas e pernas (pelos soquinhos que eu dou nelas quando acho o mundo injusto, ou seja, todos os dias).
já me sinto muito melhor;

19.6.08

o trabalho enobrece o homem.

okay, façamos um balanço egocêntrico da minha vida de trabalhadora - chamarei esta de vida de bosta - com a de antes - que eu vou chamar de vida boa.
na vida boa eu comia bem. fazíamos o almoço, eu e a Lú, tudo sempre saudável e gostoso. os meninos lavavam a louça. as tardes eram grandes tertúlias de experiências e sentimentos. a faculdade era um prazer - mentiiiira - , os trabalhos em dia - mentira n.2 -, tudo muito feliz - mentira n.3.
na vida de bosta eu decidi parar de comer. o tempo livre ficou reservado para o ócio, drogas e mini-tertúlias que normalmente são resultado de uma chacina de aulas durante a semana da parte da casa toda, além da Flora e do Murilo, sempre presentes. antes eu não tinha grana, agora também não, então isso se excui.
vida de bostaaaa, vida de bostaaaaaaa.

(mas a vida de bosta me proporciona muitas mais ressacas e não me deixa tempo para a ressaca moral. eu fico com a vida de bosta.)

18.6.08

viver repetindo

e repetindo o mesmo erro que todos interpretam como erro e eu não, isso é praticamente mais um dos meus vícios. não é um erro, não, eu juro que não me faz mal. metira, faz muito mal, eu queria poder não precisar jogar esse jogo idiota e chegar e dizer: "eu gosto de você, porra. eu gosto de você assim, do jeito que você é. eu te acho um idiota, um idiota que brinca comigo, mas é assim que eu gosto de você. eu não quero mais fingir que tá tudo bem, não tá nada bem. cada vez que eu, mais uma vez, insisto em socar a mesma tecla idiota da minha cabeça imbecil que me faz lembrar de você a cada minuto dos últimos aproximados seicentos e cinquenta mil minutos, eu fico mais feliz do que eu penso que poderia ficar, e tudo fica muito bonito, e eu já penso em como vamos arrumar as malas para a nossa lua-de-mel...".
eu queria poder falar sem antes me entupir de álibes para tudo que eu falei, eu queria aqui, agora, comigo, sem esse frio, sem esse sentimento estúpido de que, mais um dia, eu consegui voltar pra casa pensando que eu poderia ter voltado com você, com o seu calor, sem o ar quente o carro, e só isso, e nada, nada mais.

10.6.08

empolgação gratuita [on]

9.6.08

é insuportável

saber o que pessoas tão queridas estão sentindo, e não saber como agir nem como ajudar. é o pior tipo de impotência, pior do que broxar.

7.6.08

kit anti-suicídio pão de açúcar, garanta já o seu!

se você conseguiu destruir o seu sábado assistindo ao último episódio da última temporada de sex and the city, garanta já o seu kit anti-suicídio pão de açúcar.
o kit consiste em uma lata de coca light, algumas sopas instantâneas, latas de cerveja e um danete muito cremoso, além do malboro vermelho.
kit anti-suicídio, porque você, mulher enlouquecida, merece!
(atenção: os efeitos-colaterais de cada um dos elementos do kit são de total responsabilidade dos próprios consumidores)

5.6.08

crucema.

será que ela é de crucema? nossa, mas onde fica isso? será que é algum campeonato interfaculdades? mas não existe isso. me lembra crusp. mas isso é o alojamento. mas tem o caipirusp, que não tem nada a ver com crucema. putz, faz tempo que eu não falo com o paulo, será que rola caipirusp esse ano? quem que tinha ido no juca mesmo? a bixete? não. não vejo a hora de ir pra ilha solteira, ano passado foi muito bom. a dê tem que ir esse ano. a dê vai embora mano, que que eu vou fazer da minha vida? vou escrever uma carta pra ela. mas não vai adiantar nada. odeio essa coisa de ir embora. duas pessoas longe, será que dá pra aguentar? mas eu não vou morrer. ninguém morre de saudade. eu acho que eu morro um dia ainda. puta, que saudade...

o mundo

é 90% composto por cuzões filhos da puta. os outros 10% estão em algum lugar ainda não identificado.

3.6.08

a beleza em esperar

está na sinceridade dos momentos de pura lembrança boa e esperança de que tudo um dia vai ser tão bom quanto se espera...
(ao som completamente tendencioso de the postal service...)

2.6.08

sentindo saudades

e mais saudades...

às vezes me dá um medo

só em pensar que as pessoas mais bonitas e especiais que estão sempre aqui do meu lado podem não estar e provavelmente não estarão mais aqui, um dia qualquer.
só um sofrimento antecipado, tipo síndrome de separação.