25.6.08

grazi, vai lá pagar o moço do restaurante, por favor? (...)

- ah, só vou fazer um recibo aqui e você já assina, já leva o pagamento e fica tudo certo.
- bonito aqui dentro, né?
- é, bem bonito mesmo. só é meio escuro, mas dá pra acostumar. ahn, bauru, dia... que dia é hoje mesmo?
- vinte e cinco de junho.
- que?
- vinte e cinco de junho.
- de junho?
- é, de junho.
- jesus! como assim vinte e cinco de junho?
- como assim o que?
- acabou metade do ano já, estamos partindo pra segunda metade!
- é, ué!
- não, não pode ser. planejei tantas coisas pra primeira metade desse ano...
- você cumpre seus planejamentos sempre?
- bom... na verdade não, mas eu gosto de fazê-los para me enganar de que eu não estou andando sem rumo no meio do nada.
- ?
- é, sabe? quando você não tem planos parece que nada faz sentido.
- e faz algum sentido fazer planos sabendo que você nunca vai cumprí-los?
- sentido? nada faz sentido...
- e pra segunda metade, algum plano?
- será que adianta?
- mas e o sentido de tudo?
- o sentido do que? que sentido tem o tempo passar tão rápido e a minha memória ser tão curta que eu não consigo lembrar de quase nada dessa primeira metade?
- ahn?
- dia vinte e cinco de junho?
- é...
- tudo bem. assina aqui por favor e confere o dinheiro?
- ahn.. vinte, setenta, oitenta. tá certinho. assino onde?
- aqui ó.
- pronto.
- brigada, viu?
- foi nada... e ah! pelo menos você aproveitou o tempo que passou tão rápido?
- que tempo?
- ah, esquece...
- então tá... vai lá, tem um interruptor do lado da porta, aperta que a porta abre.
- beleza.

Nenhum comentário: