21.1.10

triste tom de anis

vejo cor e poesia em todas as coisas que percebo, percebo cor e poesia em tudo que vejo. a cor do som que as palavras têm, delicadamente empilhadas umas sobre as outras, em formas que guiam o sentimento, antes do poeta, agora de quem lê.
a poesia nos encontros e na energia trocada e dispensada pelo universo. sutilidade em expressões íntimas. o púrpura acinzentado da minha alma, o gelo monótono do cotidiano entediante.
o mundo e as essências intrínsecas em cada conjunto, o conjunto que cada pessoa forma em si mesma, a expressão de todo interno se esvai em ondas multicoloridas baseada num único tom, ditado pelo todo que se move ou paira sobre o mesmo espaço.
sinto cor e poesia por onde passo e onde estou. na rara plenitude do amarelo alaranjado encontro o desejo de seguir, os intensos azuis escancaram o belo, as palavras e as cores trocam intenções e flutuam numa dança por entre o vazio.
mas a poesia colorida do dia-a-dia nem sempre é bonita. dança passos tortos e descompassados diante de mim, clama por minha razão tão mundana e perdida, atrai o que há de triste para fora, e deixa só esse rastro de melancolia, que aqui sempre esteve, e não se vai, nem ao menos através de minha própria poesia.

Um comentário:

Marina Rima disse...

Cores dançarinas caminham entre os mais diversos sentimentos, meu mundo flutua ao senti-las.