22.7.11

e essas pernas, que não param

ando tão sem vergonha,
sem decência,
sem nenhuma inocência

estes pés que vejo daqui,
pesados e parados,
andam a me incomodar

preciso tomar um ar,
um tanto de mar,
uma vida, uma morte,
uma porra de um porre

pra ver se passa,
se eu passo,
se este espaço permeado
por tédio interno
se dispersa por aí

e se perde,
ou me pede
pra eu mudar
tudo de novo

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