18.4.13

XXV. seria eu findável?

observo a terra à vista.
tão extensa, excitante,
permissiva e apavorante,
como nunca aparentou
nesse ainda antes
de vinte e cinco.

já não me sinto infinita
como há meia ou uma década.

afinal, cá sou eu.
um ser à beira (e) limitado
por uma série de dermes,
entranhas, cravos e vermes,
vivendo dentro deste
pequeno espaço
de corpo.

portanto, se para ser
findável ou finita
é preciso estar sempre,
sempre, sempre,
vivendo no limite
(de si mesmo),
cá estou

descobrindo em
ciclos humanos
o mesmo limite:

existir é,
numa análise bem
simplista,
ocupar este espaço
(pedaço de carne ou
morada do espírito,
quem sabe),
enquanto o fôlego durar.

(somos todos infinitamente findáveis)

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