15.5.07

(...) Estou melancólica. É de manhã. Mas conheço o segredo das manhãs puras. E descanso na melancolia. [Água Viva, Clarice Lispector]



Estou melancólica e ainda é de manhã? Não tão manhã assim, mas quems abe estou melancólica desde manhã mesmo. Talvez, desde a minha primiera manhã no mundo.


Vivo melancólica. A ingratidão, o medo alheio, isso me "melancoliza". Me tortura por dentro. Me tortura por fora. Torce o meu rosto, mas e daí? Todo mundo pode ver o que eu estou sentindo, mas quem pode se importar? E quem eu quero que se importe? E se eu não quiser que ninguém se importe mesmo?





Acordar e escutar morte e ver sangue jorrando do jornal, isso me tortura, torce meu rosto.





Medo, medo, todo mundo tem medo.





Medo de sair de casa, medo de o dinheiro não dar, medo de gostar demais de alguém, medo de amar menos que o outro, medo de ser sequestrado, medo do assalto, medo de ter o coração assaltado. Medo, medo, medo!


MUITO MEDO!




















Eu tenho medo é de ficar igual a todo mundo, medo de não ser mais autruista, medo de não ter o coração aberto demais, medo de não sofrer nunca mais por amor, medo de sentir medo todo o tempo, medo de perder a coragem, a coragem de sentir, de mostrar, de amar, de ser assim!



Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz



Eu tenho medo dessa doença de medo ser contagiosa, medo de não encontrar em mim eu mesma, medo de perder o paladar, de não sentir mais o gosto do mundo. Medo, muito medo!


Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor

(...) Estou melancólica. É de manhã. Mas conheço o segredo das manhãs puras. E descanso na melancolia. [Água Viva, Clarice Lispector]

Não me deixe só

Que o meu destino é raro

Eu não preciso que seja caro

Quero gosto sincero de amor


Eu quero gosto de amor sem medo dele mesmo.
Amor pelo mundo, amor por tudo.

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