3.4.11

confesso que

da tristeza,
de não mais mergulhar em águas profundas,
tão turvas que impedem o enxergar,
mas que tocam cada pedaço de corpo e de alma,
e tomam por inteiro,
explodem o coração e
definem o ser
como nada

à alegria
de não voar ao mais longínquo inferno,
e sentir a pele em chamas,
as pernas em sangue,
e o pensamento em surto,
simplesmente sendo tudo,

continuo pairando por aí,
vazia e incolor,
como um fantasma do que já foi,
lapsando brisas do que poderia ser,
mas não é
e não mais será.

é uma pena ter de escolher
entre o existir
e o ser.
uma pena.

2 comentários:

Karen Oliveira disse...

poxa...

bonito.

Nina disse...

uma pena.

tenho saudades desse fantasma.

mas que bom que vc está existindo.

just breath.