13.12.11

hiato

o tempo respira
poesia
pra dentro de mim

maturo sobre o lápis,
atônito,
o meu peso penso

rumino cada grama
de agora
no que resta
de papel
em branco
e penso

que de uma vida
já passada
resta só
o nada

e do que vai
e não foi
tenho a mim
e o que estou

...

e a poesia
desapegada do grafite
passeia em complacência
com o
nem antes
e
nem depois

desaguando sobre o instante
desaparece
logo após cada presente

e abandona
a lida
a vida
e o poema
sem nunca nem sequer
ter se feito
existente

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