10.6.07

é estranho

porque no meio daquele monte de gente, todos conhecidos ou amigos mesmo, você se sente um et verde e fedorendo. mesmo todo mundo te abraçando, todo mundo te dizendo, sinceramente, que te ama e que sente sua falta, você sente como se estivesse simplesmente sozinho. estranho, muito estranho.
aí você fica andando entre todo mundo, o companheiro álcool na mão, parecendo que está com preguiça do mundo. e talvez seja isso mesmo. ou talvez você esteja 'desestreitando' laços para a partida não doer tanto quanto da última vez. burro da sua parte, mas é isso que você faz.
e com tudo que acontece, com todo o carinho que te destinam, você continua nessa de solidão. tão clichê isso, 'sozinho do meio da multidão'. mas tão cabível ao momento.

então quando você vê, está no meio da roda, dançando frenéticamente, um te puxa para o lado e diz 'você é como uma irmã para mim!'. outros, quando vão embora, te abraçam daquele jeito que tanto te fazia falta, aquele abraço de corpo todo, sem nenhuma maldade, e te dizem que 'você vai fazer muita falta, como já está fazendo há tempos'. ou aquele que a cada segundo diz 'já te disse que eu te amo?'.
depois, estão você e mais três, lutando jiu-jitsu no meio do quarto, deitados na mesma cama ou rolando no chão de rir. a casa está cheia, cheia. cheia de gente que você sabe que vão te ver no dia seguinte toda inchada e vão te abraçar e rir da sua cara.

é nessa hora que você pára e pensa: 'eu não quero ir embora'. de novo.

eu não quero ir embora. ao mesmo tempo, eu preciso ir embora, só para que, quando voltar, a intensidade de tudo que acontece seja a mesma.
essa é a minha nova vida. ir embora só para poder matar a saudade desse jeito. liqüidar a saudade. liqüidá-la.

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