25.6.07

eu vi

minha vida passando como um filme pelos meus olhos.
ah, não 'quase morri', nem nada do tipo. fui atacada por um morcego, mas essa parte pode ser ignorada.
vi a minha vida passar como um filme pelos meus olhos porque hoje foi dia de assassinar uma tal de saudade. ver uma das mulheres da minha vida. uma das pessoas que mais me fizeram rir na vida. e mais me apoiaram. e sem sombra nenhuma de dúvidas que é uma das pessoas que mais tem cenas nesse tal filme da vida. muito tempo sem vê-la, muito tempo mesmo. eu cheguei até a pensar que poderia viver sem. mas quando a vi, ela saiu de casa para abrir o portão enquanto o cão do olho azul me encarava, bateu uma dor no peito de ter deixado tanto tempo passar e não ter perguntado direito 'como você tá, saci? saudade...'. veio um medo de ter perdido a intimidade, as histórias, de não fazer tanta parte das cenas do filme dela mais...
isso não é uma crise sentimental, uma crise de arrependimento, uma crise de distância. é simplesmente saudade, saudade de tudo que passamos juntas, de todas as fugas pela janela (ou pela porta mesmo), todas (e quantas!) bebedeiras, todos os fins de semana sem nada pra fazer fazendo nada juntas, de todas... de todas que faziam parte de tudo, juntas (quase) sempre.

eu não quero e nunca quis que tudo fosse diferente. se as coisas estão como estão, não é por culpa de ninguém. aliás, é culpa do tempo, que não passa e resolve tudo. ou que passa rápido demais.
essa nostalgia é tosca e podre. mas não passa...

o tempo tá passando, eu já nem moro na mesma cidade, fico vagando da cidade natal para a nova cidade, já não tenho mais os 16 anos, já não penso como antes, já (muito menos) faço as coisas como antes. preciso trabalhar, estou na faculdade, já sei o que quero para a minha vida (tá, mais ou menos..).. definitivamente, já não sou mais a mesma. nem ela. nem ninguém. nem a vida.

tudo podia ter sido diferente, mas não foi. eu só não queria parecer culpada de nada.
e queria ter o coração aberto a ponto de poder mostrar o tamanho do amor incondicional que eu sinto por ela. e pela ausente.


mas a tarde foi ótima, mesmo com só metade da saudade morta, a tarde foi ótima...

Nenhum comentário: