7.12.08

mania[ca]s

eu ando com mania de esquecer o cigarro aceso no cinzeiro, e quando dou por mim, ele já se queimou sozinho.
eu ando com mania de chorar toda vez que escuto nine of ten do caetano por lembrar que nine of ten movie stars make me cry também.
mania de necessidade e mania de me sentir mal com pessoas ao meu redor. e uma mania muito chata de me sentir pior quando não tem ninguém.
continuo com a mania de mudar de idéia na velocidade da luz, e agora com mania de sentir dores no peito que surgem e quebram a barreira do som - o qual não existe por aqui.
mania de puxar os cabelos e arranhar as pernas até que não tenha mais lugar para marcar. morder os lábios e travar a mandíbula, comer as unhas e mexer as pernas.
além da mania de procurar motivos para as coisas que eu faço e não consigo parar de fazer. ou parar de sentir ou parar de pensar. mania de sentir culpa e mania de não ter remorso.
mania, mania.
mania de esperar o que não chega, largar o que vai embora, me apegar ao que não se apega e querer ser como todo mundo - mesmo sabendo que o todo mundo não existe.
achar que o mundo é uma grande bola onde vários idiotas foram agrupados e alguns poucos e solitários se sentem assim, numa bola de idiotas diferente desta. contar o tempo, segundo por segundo, esperando por alguma coisa qualquer - sem saber o que é e o porquê de estar vindo.
***
eu penso que vivemos num mundo de maníacos por esta coisa que eu também espero, uma mania obsessiva de esperar alguma coisa, a qual ninguém sabe o que é. maníacos que não dão conta de que nada virá. e não é falta de esperança. é a infeliz consciência que é isso, só e somente só isto no qual nos encontramos é o que tinha por vir, e a espera já acabou, estamos todos aqui já. somos todos uns maníacos, uns maníacos por nós mesmos, com sede do nosso próprio sangue, numa bola de idiotas que esperam, somente esperam. e nem mesmo os mais fortes presenciarão o que virá, porque não há nada no horizonte, absolutamente nada.

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